segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

João de Barro ( Renato Vianna )

Eu não vou dizer que quero entender. Nosso amor nunca foi entendível mesmo. Nosso rolo, caso, romance, ou seja lá como queira chamá-lo. Tem horas que eu mesmo chamo de problema. E é. Não queria chegar ao ponto de pensar em nós dois e sofrer, mas apenas sorrir. Tenho me esforçado ao máximo para lembrar de tudo que passou e ficar em paz com a minha consciência por ter escolhido esse caminho.

Vai ser um desafio. Não nego que poderíamos tentar alguma coisa agora. Não nego que, de certo modo, eu fugi. Fugi porque tem uma hora que o cansaço bate à porta e por mais que existam razões para se acreditar num futuro desenrolado, o presente embaraçado fica preso aos dedos que, imóveis, não conseguem nada produzir. Fui embora por saber que sou uma ponta desse nó. Quem sabe se puxando desse lado ele não dissolve, né?

Muita coisa irá faltar. Você realmente acha que chegar em casa e não encontrar o seu olhar vai ser fácil? Não será. Meu amor, eu bato o olho em uma roupa que parece com a sua e vejo você. Eu ouço uma música e posso te sentir. Eu posso, simplesmente, fechar os olhos e dar asas à minha imaginação. Consigo ouvir você me chamar. Não vai ser fácil.

Confesso que rezei. Você sabe que eu acredito em Deus, que minha fé é combustível para viver. Confesso que pedi a Ele para guiar teus passos. Mas torci, também, pra que esses mesmos passos não te levem pra tão longe. Mantenha-se por perto a uma distância em que não consiga te tocar, que possa te ver algumas vezes, mas que te sinta sempre. Aliás, falta sentir sua mão no meu cabelo na hora de dormir.

Eu não sei se eu volto. A minha vontade é ambígua, mas a minha certeza de te amar é firme. Hoje, peço que guarde o sentimento, ou que faça o que lhe for mais conveniente. Eu, como um pássaro, farei para o que sinto um ninho, guardarei sozinho e vou voar. Nas asas de um novo dia eu espero que sejamos capazes de reaprender a caminhar.

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